19 de outubro de 2007

Telemarketing

Recebi um e-mail, bem humorado, que me levou a refletir sobre o uso do Telemarketing ultimamente......
Primeiro, o texto do e-mail:
"Prezados Senhores",
Esta é a oitava carta jurídica de cobrança que recebo de Vossas Senhorias...
Sei que não estou em dia com meus pagamentos. Acontece que eu estou devendo também em outras lojas e todas esperam que eu lhes pague. Contudo, meus rendimentos mensais só permitem que eu pague duas prestações no fim de cada mês. As outras, ficam para o mês seguinte. Estou ciente de que não sou injusto, daquele tipo que prefere pagar esta ou aquela empresa em detrimento das demais.
Ocorre o seguinte... Todo mês, quando recebo meu salário, escrevo o nome dos meus credores em pequenos pedaços de papel, que enrolo e coloco dentro de uma caixinha. Depois, olhando para o outro lado, retiro dois papéis, que são os dois "sortudos" que irão receber o meu rico dinheirinho. Os outros, paciência. Ficam para o mês seguinte. Afirmo aos senhores, com toda certeza, que sua empresa vem constando todos os meses na minha caixinha. Se não os paguei ainda, é porque os senhores estão com pouca sorte.
Finalmente, faço-lhes uma advertência: Se os senhores continuarem com essa mania de me enviar cartas de cobrança ameaçadoras e insolentes, como a última que recebi, serei obrigado a excluir o nome de Vossa Senhoria dos meus sorteios mensais.
Sem mais,
Obrigado."

Agora, algumas reflexões.
Não apenas no Brasil, o telemarketing acabou tendo sua finalidade original bastante alterada ao longo do tempo. A febre das empresas de telemarketing parece nunca acabar: o setor continua, mês após mês, bastante aquecido, contratando muita gente, e buscando expandir permanentemente as "PA´s" (posições de atendimento). Isto acontece porque obviamente há demanda.
Ok.
Porém, como quantidade NÃO significa qualidade......... Quem recorre às centrais de atendimento telefônico, contudo, acaba achando que telemarketing nada mais é senão receber ligações chatas, irritantes, oferecendo produtos e serviços que o indivíduo não quer. Já tratei disso, aqui, comentando um artigo publicado na Revista ÉpocaNegócios.

Mas o conteúdo do e-mail reproduzido lá em cima me lembrou um aspecto pouco lembrando, uma função, digamos, "secundária" que o telemarketing acabou assumindo: cobrança.
Ninguém gosta de receber telefonemas, cartas, telegramas ou e-mails de cobrança (se bem que, geralmente, e-mails cobrando qualquer coisa são, na maioria esmagadora das vezes, golpes para infectar computadores com vírus, worms etc). Mas o pior é que as empresas também não sabem utilizar o potencial do telemarketing - que poderia servir não apenas para "cobrar" os clientes devedores, mas para, quiçá, promover novos negócios.

Obviamente, não estou insinuando que as empresas devam tentar fechar novos negócios com clientes que ainda não pagaram compras (ou quaisquer transações) anteriores, sempre - até porque, assim, a "Provisão para Devedores Duvidosos" estouraria......
Mas será que as empresas não poderiam criar maneiras de tornar um contato para cobrança numa ação mais inteligente ? Pensando não só na efetividade, mas no incremento da arquitetura de relacionamentos comerciais destas empresas ?!

Sei lá....só um pensamento que me passou pela cabeça.....

1 comentários:

Unknown disse...

Com certeza, o devedor de hoje pode ser um cliente em poptencial amanhã, a cobrança via telemarketing pode sim ser feita, mas infelizmente as empresas nao a fazem da maneira correta, podendo como citado negociar com o cliente e ajudá-lo com alternativas e não apenas ser um telefonema chato.