Recebi há poucos minutos um e-mail, assinado pela Telefônica, que trazia o seguinte:
Com o intuito de reforçar comunicado anteriormente encaminhado a você cliente Speedy, a Telefônica informa que, de acordo com decisão judicial não definitiva, a partir de quarta-feira, 26 de Setembro de 2007 passou a oferecer conexão à Internet através do login ‘internet@speedy.com.br’ e da senha ‘internet’.
O serviço de conectividade prestado por meio do login acima indicado não inclui os serviços que hoje você já usufrui e que somente são disponibilizados através dos provedores, tais como: e-mail, conteúdos de acesso restrito, entre outros.
A Telefônica esclarece que o serviço de conectividade, realizado por meio do login acima, será cobrado no valor de R$8,70 em prazo a ser definido.
Por fim, a decisão judicial não cancela os serviços de provedores de internet já contratados por você, que poderá optar por continuar fazendo o login através do provedor que já contratou e manter os serviços que possui atualmente. Neste caso, você não precisa fazer nada. Caso queira entender melhor estes serviços e/ou alterá-los entre em contato com o seu provedor.
Cabe registrar: sou cliente do Speedy há mais de 6 anos (pura falta de opção, não é fidelidade ao produto, não!). Estranhamente, não recebi nenhum "comunicado anteriormente enviado", como dizia a mensagem. Este foi o primeiro.
De qualquer forma, lá fui eu verificar a veracidade do e-mail - afinal, me pareceu bem estranho, especialmente porque a imagem da mensagem estava com uma qualidade péssima. Desconfiei, obviamente, tratar-se de algum tipo de golpe, phishing, vírus, worm etc.....
Qual não foi minha surpresa ao localizar a ratificação do tal e-mail no próprio site do Speedy (aqui) ? Mas não foi só isso: o site IDG também noticiou (aqui).
Realmente houve uma decisão judicial (não em última instância, INFELIZMENTE) obrigando a Telefônica a oferecer o login "independente" de provedores.
A notícia já repercutiu..... Andei lendo o ZumoBlog (aqui), que traz ótimas análises e informações.
Como consumidor, fico ansioso para que suma esta necessidade de contratar um provedor juntamente ao Speedy. Todavia, como profissional de Marketing, fico pensando na questão da venda casada.........
A Telefônica é proprietária do provedor Terra (que figura entre os maiores do Brasil e em muitos outros países). E qual é a função do PROVEDOR DE ACESSO À INTERNET ?
Ora, "prover acesso à internet", responderão.
Mas..........o Speedy não faz exatamente isso ?
Engraçado que Vírtua e Ajato não exigem a contratação de um provedor.
Por que só a Telefônica obriga seu cliente de banda larga a contratar um serviço adicional como se fosse essencial ?
Miopia de Marketing ?
Má-fé ?
A ABRANET (Associação Brasileira de Provedores de Internet) já entrou com recurso jurídico para reverter a situação (claro!). Detalhes, aqui. Destaco, nesta matéria do site IDG, um trecho que traz uma declaração interessante do Presidente da ABRANET, Sr. Eduardo Fumes Parajo. Eis o trecho: "Há uma lei - a Lei Geral das Telecomunicações (LGT) - que ampara nossa atividade. É ilusório achar que o serviço de valor adicional de conexão à internet não tem preço", argumenta Eduardo Fumes Parajo, presidente da Abranet.
Aparentemente o Sr. Eduardo Parajo confundiu-se.
Uma coisa é o serviço (simples) de acesso à internet que o Speedy oferece aos seus clientes.
Outra coisa, MUITO DIFERENTE, é um maior valor agregado nos serviços complementares referentes ao acesso à internet.
O ponto central é o seguinte: o cliente que deseja APENAS o serviço mais simples ("benefício central"), ou seja, a conexão de alta velocidade, NÃO TEM A OPÇÃO DE CONTRATÁ-LO DE FORMA INDEPENDENTE. Na prática, se o cliente quer a internet de banda larga, é obrigado a contratar duas empresas simultaneamente !
O Sr. Eduardo Parajo confunde o benefício central de um produto ou serviço (o MÍNIMO que o produto oferece) a um produto ampliado, quando o cliente tem maior valor agregado.
Mas a ABRANET, em vista da declaração de seu presidente, parece não conhecer o sentido real da expressão "valor agregado". Aliás, nem tampouco do termo "valor", pura e simplesmente.
VALOR é aquilo que o cliente valoriza, quer, deseja, precisa.
Se o cliente QUER um serviço simples, ou seja, apenas o provimento de acesso à velocidade mais rápida, é isso que a empresa deveria oferecer. Mas a Telefônica prefere "empurrar goela abaixo" dos clientes serviços suplementares que eles simplesmente não querem. Venda casada ?????
Que tal aceitar a visão de que o ciente é que deve decidir se quer apenas o serviço do Speedy (e, neste caso, estará ciente de que terá de recorrer a e-mails gratuitos etc), ou se deseja contratar o Speedy + Provedor (Terra, UOL, Globo, iG etc) para ter acesso a serviços mais "sofisticados" ?
Por que ao cliente não é dada a opção ?
Monopólio é uma m.........
29 de setembro de 2007
Speedy: venda casada ?
postado por Unknown
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