25 de fevereiro de 2008

MARKETING EDUCACIONAL OU MAIS MODISMO

Hoje recebi um convite, do Rafael Villas-Bôas, para conhecer seu site (www.tcexp.com.br) e discutir esta questão sobre o "marketing educacional".

O comentário que o Rafael deixou aqui no blog (neste post aqui) contrasta com a verborragia do "consultor não arrogante" Paulo Rubini, quando este lançou mão de um texto do Rafael para tratar do tal "marketing educacional".

Como eu havia escrito anteriormente, qualquer comentário, contribuição, crítica, elogio etc sempre são bem-vindos. Dou preferência, por razões óbvias, àqueles que tenham algum grau de argumentação.....se incluírem fontes de referências sérias, confiáveis, bem pesquisadas, melhor ainda !

Assim, terei o maior prazer em tratar desta questão com o Rafael - cujos argumentos podem ser localizados inclusive aqui. Parece-me ser uma pessoa que preza os argumentos - além, é claro, da educação.

Eu gosto de começar, sempre, pelo começo: CONCEITO. A partir da elucidação do conceito, podemos avançar, e passar a tratar de sua aplicabilidade (ou não), suas conseqüências etc.

Assim, recorro ao texto do Rafael.
Para aprofundamento desta questão, preparei um arquivo (aqui), que traz, além da íntegra do texto do Rafael, alguns comentários, observações e questionamentos meus. O texto original está em preto - e as minhas observações, em vermelho.

Em linhas gerais, depois de ler, refletir sobre e comentar o artigo do Rafael, reafirmo aquilo que já disse: não existe, nas indicações aqui listadas, nenhum argumento capaz de sustentar a hipótese de que o "marketing educacional" seja qualquer coisa além da aplicação dos conceitos clássicos, consagrados e amplamente tratados há décadas do marketing em instituições de ensino. Tal fato, per se, não justifica a criação de nova nomenclatura - pois não traz nenhuma diferença.

Pego como exemplo um livro ("Marketing educacional em ação"), cujo press-release encontra-se aqui.
Resumidamente, com base nas informações desta página, temos a seguinte estrutura para o livro (que pode ser conferida no site da Editora Bookman/Artmed, aqui):

Capítulo 1: A essência do marketing educacional
Capítulo 2: Branding: gestão da marca em instituições de ensino

Capítulo 3: A pesquisa de marketing como ferramenta competitiva

Capítulo 4: Propaganda e promoção

Capítulo 5: Estratégias de captação de alunos

Capítulo 6: Marketing de relacionamentos nas instituições de ensino

Capítulo 7: Comunicação integrada: jornalismo, relações públicas e publicidade

Capítulo 8: Buzz marketing: como fazer clientes e colaboradores falarem da sua instituição

Capítulo 9: Professor: o quinto P do mix de marketing educacional

Capítulo 10: Tendências do marketing on-line para promoções de produtos e serviços educacionais

Capítulo 11: Portais institucionais como instrumento de marketing

Capítulo 12: Marketing lateral na educação

Capítulo 13: Marketing pessoal: uma reflexão


Ao avaliar os títulos dos capítulos, minha primeira impressão: ué, mas estes "assuntos" dizem respeito ao marketing, em QUALQUER TIPO DE ORGANIZAÇÃO, não apenas instituições de ensino (fundamental, médio, superior etc) !!!!
Pesquisa de marketing, propaganda e promoção, branding, comunicação, relações públicas........ Não são temas caros ao marketing num banco ? Indústrias alimentícias ? Seguradoras ? Locadoras de veículos ? Comércio de vestuário ? Comércio varejista de calçados ? Indústria metalúrgica ? Indústria química, petrolífera, automotiva ? Serviços de informática ?

Não li o livro na íntegra, então, por razões óbvias, não posso comentá-lo detalhadamente. Contudo, os capítulos servem para indicar os temas dos quais a obra trata - e, neste ponto, ela trata de conceitos de marketing que são aplicáveis (e aplicados) a RIGOROSAMENTE TODO O TIPO, TAMANHO, ESPÉCIE E NATUREZA DE ORGANIZAÇÃO (empresas, ONGs, escolas, circos, igrejas etc).

Pode parecer, num primeiro momento, que sou refratário a novidades, que não concordo com "inovações" e melhorias em conceitos já estabelecidos.
Ledo engano. Sou mais do que favorável às inovações, às mudanças e atualizações.
Desde que elas sejam embasadas, justificáveis, lógicas. Ainda não vi, nestas infindáveis nomenclaturas afixadas no termo "marketing" (político, social, pessoal, esportivo, educacional etc), nenhum embasamento, nenhum argumento que consiga demonstrar a DIFERENÇA, a "novidade" em relação ao conceito clássico, já estabelecido.

Será que o termo "marketing educacional" é apenas e tão somente a aplicação do marketing em escolas, faculdades e instituições de ensino em geral ? Neste caso, não é um tipo de marketing, mas uma aplicação - e a nomenclatura "marketing educacional" serviria apenas para especificar o setor/ramo organizacional no qual os mesmos conceitos clássicos de marketing (segmentação, pesquisa, branding, promoção e comunicação, precificação etc) estão sendo utilizados.

Como dizia o filósofo de Pindamonhangaba, "uma coisa é uma coisa; outra coisa, é outra coisa"......


Num outro site (aqui), percebe-se um ponto de vista diferente. Infelizmente, o texto não é assinado, o que dificulta questioná-lo - nem, tampouco, apresenta qualquer base de sustentação para suas afirmativas. Mas serve como complemento à discussão.

Cabe registrar: já fiz um comentário no blog do Rafael (aqui), e estou interessado em prosseguir nesta discussão. O espaço está aberto, é democrático e segue aguardando comentários, argumentos, discordâncias etc.

PS - Devido (inclusive) ao comentário do Rafael, fui rever o que eu havia escrito anteriormente sobre esta questão, até para verificar se falei besteira - e, neste caso, corrigir. Curiosamente, descobri que fui expulso daquela comunidade do Orkut a qual eu me referi algumas vezes (aqui). Solicitei um esclarecimento ao proprietário da comunidade sobre a razão da expulsão, mas ainda não obtive resposta. Já disse isso antes, e reafirmo: a despeito de muita porcaria que se vê no Orkut, esta comunidade tem pessoas sérias discutindo coisas sérias; muitas pessoas ali têm excelentes argumentos e, mesmo discordando em alguns pontos e concordando noutros tantos, consegui excelentes debates - neste sentido, é uma pena. Obviamente, ter sido expulso da comunidade não vai mudar o rumo da minha vida (longe disso!), mas percebi hoje, depois de muito tempo sem acessar esta (ou qualquer outra) comunidade do Orkut que o "consultor não arrogante" Paulo Rubini é um dos moderadores da comunidade....... Será que haveria alguma relação entre a inveja do Sr. Rubini e minha expulsão da comunidade ? Será que o "consultor não arrogante", ao ficar sem argumentos para responder meus questionamentos (aqui), simplesmente me expulsou da comunidade ?
Fui acusado de "arrogante", mas prefiro a arrogância à inveja ou à incompetência - ou, pior, a uma combinação das duas. Neste caso, minha escolha, sem nenhuma dúvida, é a arrogância - que, diante das outras opções, me parece a melhor. Sem dúvida.
Por isso eu digo......a inveja é uma merda !!!!

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