Nesta semana, a notícia de que a telefonia móvel no Brasil registrou um crescimento substancial ganhou destaque em diversos sites (alguns exemplos: aqui, aqui, aqui e aqui). Além disso, também tem sido amplamente noticiada a fusão entre a Brasil Telecom e a Oi (ver aqui, aqui, aqui e aqui).
Assim, temos o forte crescimento do número de clientes por um lado, e, por outro, a movimentação das empresas - um dos argumentos utilizados para justificar a fusão da Oi com a Brasil Telecom seria a necessidade de ganhar escala para competir, inclusive com operadoras estrangeiras.
O primeiro problema: a lei brasileira precisaria ser alterada para permitir a fusão da Brasil Telecom e da Oi.
Alguns argumentam que a modificação da legislação permitira a cartelização da telefonia - e, neste sentido, cabe lembrar que a privatização do Sistema Telebrás aconteceu justamente para quebrar o monopólio então vigente.
Há, claro, algumas complicações (como a presença do Citigroup na composição acionária, como explicado aqui) políticas, econômicas e afins.
Mas nesta discussão toda, como fica o CLIENTE ?
Seria melhor a união entre as duas empresas para oferecer melhores serviços ao cliente ? Será que o custo da telefonia, para o usuário final, vai cair ?
O setor bancário também passou por um forte período de ajustes, com fusões, aquisições e afins - e as tarifas bancárias explodiram, os serviços permanecem precários.....
Ninguém está discutindo isso......
POR QUÊ ?
O blog da Maria Inês Dolci (SEMPRE uma leitura obrigatória, aqui) trata de um ponto que não pode ser deixado de lado, que transcrevo abaixo (postagem do dia 15/01/2008):
O relatório da ouvidoria da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mostrando a ineficiência da Agência, só comprova o que nós consumidores constatamos no dia-a-dia. Como é o caso da internet banda larga, em que a falta de concorrência nos leva a pagar preços elevados para serviços ineficientes, com velocidades limitadas, apesar de a tecnologia ainda atingir pequena parcela da população brasileira.E da telefonia fixa, em que continuamos não tendo como trocar de operadora, mesmo pagando caro pela assinatura básica. É o consumidor sem saída.
Isso serve para ilustrar o seguinte: é inegável que o custo da telefonia (tanto fixa quanto móvel) no Brasil caiu desde a privatização. É inegável, da mesma forma, que o acesso aos serviços foi ampliado (como exemplo, hoje pode-se comprar um celular ou um telefone fixo por telefone, e receber em casa no dia seguinte, ou mesmo passar numa loja e já sair falando ao celular), e houve disponibilização de novos serviços além daqueles que chegaram como "novidades" logo no início da telefonia móvel - como o identificador de chamadas, por exemplo.
Mas será que abrir a brecha legal para fusões e aquisições não acabará minando o pouco poder do consumidor ?
As agências reguladoras, infelizmente, tiveram seu papel reduzido a cabide de empregos do petistas incompetentes e demais bajuladores dos boçais do lullismo - então, elas não conseguem fazer aquilo que deveriam fazer, quando foram idealizadas (no mesmo momento da privatização).
Aparentemente, ao que indicam as notícias, o executivo federal está apoiando a fusão - com o argumento de criar uma empresa brasileira forte para concorrer com as estrangeiras. É um argumento xenófobo e burro (além de questionável, como demonstrado aqui), mas é uma possibilidade real.
E o consumidor ?
Não foi ouvido, não tem força nenhuma na discussão.
18 de janeiro de 2008
Telefonia no Brasil: crescimento e problemas
postado por Unknown
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