12 de janeiro de 2009

Petardos de "iguinorânssia" 2

A responsabilidade social das empresas e as parcerias estratégicas com o terceiro setor: INTEGRAÇÃO ESTRATÉGICA OU MARKETING?

Este é o título de um artigo publicado na Revista RI de Agosto/Setembro de 2008.

O início do texto está aqui:

Multiplicaram-se as iniciativas internacionais para promover a responsabilidade social empresarial (RSE) e as parcerias com governos, organizações não-governamentais (ONGs) e as Nações Unidas. Várias estruturas já existem no Brasil, para facilitar essas
relações, como o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e o Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE).
As parcerias intersetorais são desenvolvidas para traduzir o compromisso em RSE com ações concretas e guiar as empresas na melhoria de suas práticas socioambientais. Ainda responde às
expectativas dos seus públicos estratégicos, como indica a pesquisa do Instituto Akatu “Responsabilidade Social das Empresas”, realizada em 2006 e 2007, em que 63% dos consumidores brasileiros consultados declararam que o respeito por uma empresa aumentaria se ela fosse parceira de uma ONG ou instituição de caridade.
As empresas e o terceiro setor estão ultrapassando um histórico de desconfiança e relações tradicionalmente percebidas como conflitantes. “Alianças verdes” introduziram novos tipos de
colaboração, e as corporações entenderam que as parecerias com ONGs podem oferecer legitimidade aos seus esforços ambientais.
Os benefícios para a companhia podem ser tangíveis e intangíveis. Além de melhorar sua imagem, a companhia recebe competências específicas em questões socioambientais, otimizando a gestão de riscos. Também atrai e motiva talentos e, ao se abrir para a sociedade
civil, entende melhor as suas realidades.
A mudança de comportamento também veio das ONGs, ao deixar de lado uma posição de enfrentamento e desenvolver trabalhos conjuntos. A organização ambientalista Greenpeace, conhecida pelo seu ativismo, fornece exemplos significativos, como o carro ecológico “Smile”, desenvolvido com a firma suíça Wenko em 1997, ou a “geladeira verde” (greenfreeze), idealizada no início dos anos 1990 em colaboração com a empresa alemã Foron.
O terceiro setor está refletindo vários desafios e encontra-se em profunda mutação organizacional e financeira. A redução do apoio público o obriga a procurar novas fontes, e a sua profissionalização o instiga a se utilizar de métodos empresarias, como os imperativos de boa governança. Os benefícios da parceria com as ONGs ultrapassam o financiamento, com a
disponibilização dos recursos humanos pela empresa, que ainda participa da sensibilização à causa junto aos seus públicos estratégicos.
No entanto, a sinceridade e eficiência de muitas parcerias são questionadas, ao apontar o seu caráter marketeiro e qualificá-las de: window dressing, vitrine superexpondo ações sem valor agregado; greenwash, propaganda para encobrir um desempenho ambiental fraco; e bluewash, uso da credibilidade das Nações Unidas na declaração pública de abraçar os
princípios do Pacto Global, sem práticas consistentes.
O tal artigo é assinado por NATHALIE NUNES - que, segundo descrito na própria matéria, é consultora de
estratégia de Sustentabilidade da The Media Group, formada em Direito, com especialização em Relações Internacionais, e aluna do CEATS/FIA em Responsabilidade Social, Terceiro Setor e Avaliação de Projetos.
Puxa, tantas titulações e ela não sabe o que é marketing ?!

Trata-se de MAIS UMA associação indevida entre o conceito de "marketing" e o de "propaganda enganosa", erro básico, primário, mas freqüente entre pessoas que acham que entendem do assunto, colocam-se a escrever sobre isso, e acabam pagando este mico - publicar besteiras.
Já mostrei exemplos anteriormente: AQUI, AQUI, AQUI, AQUI e também AQUI.

Estas pessoas prestam um desserviço ao país, pois não se dão conta de que muita gente pode acabar acreditando nas besteiras que elas escrevem !!!!
Como resultado, temos profissionais que acreditam estarem preparados para o mercado de trabalho - quando, na verdade, estão mal-informados.
E não por descaso ou preguiça, mas porque simplesmente acreditaram numa revista como RI, Exame ou quetais.

Estas publicações, aliás, deveriam ser mais rigorosas, filtrando petardos de "iguinorânssia" desta natureza....

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