28 de setembro de 2008

Tecnologia e I.A. em produtos e serviços

Excelente matéria do meu "arquivo":

Não é só em filme que você já entrou em contato com a inteligência artificial (IA). Se em séries como "Matrix" e "O Exterminador do Futuro" as máquinas têm consciência própria, tomam decisões e até se rebelam contra o homem, no dia-a-dia os frutos das pesquisas em torno da IA são mais simples e amistosos.

Os conceitos desse campo de pesquisa estão, por exemplo, nos buscadores e aplicações na internet que usam os hábitos dos usuários para personalizar e aperfeiçoar os resultados (vide Google e Last.fm). Ou seja, aprendem e se adaptam.

Mas a nova geração da internet, a web 3.0 ou web semântica, é ainda mais inteligente. Nela, linguagens padronizadas traduzem o contexto das páginas da rede para os softwares.

Assim, uma aplicação educacional seria capaz de, sozinha, reconhecer em sites diferentes e outros depósitos de informação onde estão dados como a população do Brasil, o PIB e a porcentagem de pessoas alfabetizadas. O software poderia cruzar as informações para apontar o PIB médio dos analfabetos do país.

Porém hoje existem mudanças mais visíveis oriundas das pesquisas em IA -e no cotidiano de pessoas comuns. Por exemplo: o sistema de reconhecimento de fala usado por celulares e os videogames com inimigos cada vez mais espertos.


Os carros modernos também são agraciados com toques de inteligência artificial; sistemas que se adaptam ao jeito de dirigir do motorista ou que controlam a mistura de combustível são frutos de pesquisas nessa área.


Mas os veículos podem ser ainda mais inteligentes: um desafio chamado Grand Challenge vai premiar carros dirigidos apenas pelo computador de bordo. Eles devem atravessar um percurso urbano de 96 km seguindo as leis de trânsito da Califórnia (EUA) em novembro deste ano.


O evento é organizado pela Darpa, uma agência do governo norte-americano de pesquisas militares -e berço da internet.


Os robôs, tão presentes no imaginário, não estão esquecidos por pesquisas reais. Na semana passada, a "New Scientist" divulgou que um deles cruzou a barreira simbólica e real do auto-reconhecimento. Nico, desenvolvido na Universidade Yale (EUA), percebeu, em um espelho, seu próprio braço se movendo. O objetivo é desenvolver uma máquina que aprenda socialmente, não apenas de forma programada.


Em Nova York, dentro da sede do banco de investimento Lehman Brothers, Michael Kearns está tentando ensinar a um computador como pensar como um operador de Wall Street.
"Isso vai mudar o mundo e também vai mudar Wall Street", diz Kearns, que passou a década de 1990 pesquisando a inteligência artificial no Bell Laboratories, berço do laser e do transistor.
Em seu escritório, Kearns consulta operadores do Lehman Brothers enquanto profissionais com diploma de doutorado não param de inserir dados em um software secreto. Os programas que eles estão criando se destinam a filtrar bilhões de transações e a detectar padrões sutis nos mercados mundiais.

Kearns, cientista da computação com doutorado pela Universidade Harvard, diz que o código faz parte de um sonho que ele vem perseguindo há mais de duas décadas: incutir inteligência artificial em computadores.

A visão que Kearns tem de Wall Street invoca as fantasias ficcionais a respeito de HAL 9000, o computador inteligente do filme "2001: Uma Odisséia no Espaço", de Stanley Kubrick.

Em vez de executar cálculos friamente, um dia os circuitos elétricos alimentados pela inteligência artificial imitarão nossos cérebros e entenderão nossas emoções -e superarão os operadores humanos do mercado em termos de capacidade, diz ele.

Enquanto profissionais com doutorado em finanças, matemáticos e outros discípulos da análise quantitativa amantes da informática desafiam operadores e gestores de fundos tradicionais, Kearns e um pequeno grupo de cientistas que estudam a inteligência artificial começaram a criar a mais moderna máquina de fazer dinheiro.


Por várias décadas, bancos de investimento têm empregado analistas quantitativos e seus computadores para descobrir correlações nos mercados e explorá-las por meio de transações fechadas a jato.


Os analistas quantitativos estão tentando eliminar dos investimentos as emoções humanas, como o medo e a ganância. Hoje , suas negociações guiadas por computadores alcançaram patamares não imaginados há uma década.


Em 2006, um terço de todas as transações com ações nos EUA foram realizadas com base em programas automáticos, ou algoritmos, segundo a empresa de consultoria Aite Group, de Boston. Até 2010, esse número alcançará 50%, segundo a Aite.

Os defensores da inteligência artificial dizem que sua hora está chegando. Vasant Dhar, ex-analista quantitativo do Morgan Stanley e que dá aulas na Universidade de Nova York, está tentando programar um computador para que ele seja capaz de prever as formas pelas quais eventos inesperados -como a morte repentina de um executivo- podem afetar o preço das ações de uma empresa.


Na Universidade Columbia, a professora de ciência da computação Kathleen McKeown diz que se imagina criando uma máquina capaz de fornecer respostas para qualquer dúvida sobre investimentos.


"Nós queremos ser capazes de perguntar a um computador: "fale-me sobre a fusão da empresa A com a B" ou "conte-me algo a respeito do impacto do envio de mais tropas para o Iraque sobre os mercados'", diz McKeown.


O analista do setor de ações Ralph Acampora diz que isso faz parte de uma corrida dos bancos de investimento para tentar lucrar com sistemas avançados de informática, como os que utilizam a inteligência artificial.
A matéria é da Folha de São Paulo, aqui (restrita a assinantes).
E, cada vez mais, a tecnologia propicia melhorias nos produtos que temos à disposição....

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