Reproduzo texto que recebi via newsletter da Perppers & Rogers, porque o tema é caro a este blog, além de ser interessante:
A quarta lista anual da Barron das empresas mais respeitadas do mundo, de acordo com os acionistas, coloca a Johnson & Johnson, gigante no ramo farmacêutico e no CPG (Consumer Packaged Goods – Pacote de Produtos Oferecidos ao Consumidor), como número um, seguida pela Procter & Gamble, Toyota e Berkshire Hathaway. Resultados similares podem ser encontrados na lista da Fortune das empresas mais admiradas, que avalia executivos, diretores, analistas e coloca a J&J em nono lugar, a P&G em oitavo, a Toyota em quinto e a Berkshire em segundo lugar. (A Apple, a número um da Fortune, foi classificada em quinto na lista da Barron).Enquanto isso, no Brasil, os bancos enviam cartões de crédito não solicitados, as empresas de TV por assinatura inventam taxas absurdas para driblar a proibição da cobrança pelo ponto adicional (a SKY tem me cobrado "manutenção de software e segurança de acesso" mensalmente, um verdadeiro ROUBO!), as empresas de telefonia nos empurram atendentes despreparados (como a Telefônica, de quem tratarei detalhadamente em breve).....
Entretanto, um estudo realizado em fevereiro pela The Customer Respect Group (Grupo de Respeito ao Consumidor), que mede o comportamento de sites corporativos em relação ao tratamento dos clientes on-line e de seus dados pessoais, registra apenas a P&G, das empresas mencionadas acima, entre suas 25 principais.
Isso tudo nos leva à pergunta: Há uma correlação entre o que inspira o respeito dos investidores e o que inspira o respeito dos clientes?
O redator sócio da Barron, Michael Santoli, que compilou o relatório, acredita que sim.
"Os investidores também são clientes, e acho que há uma tendência de pensarem como clientes quando recebem estas avaliações," diz ele. "O fato de serem clientes e terem conhecimento da marca faz com que filtrem suas opiniões gerais sobre uma empresa."
Ao notar que oito das 10 melhores da lista da Barron são âncoras norte-americanas como a Coca-Cola, a PepsiCo e o Wal-Mart, ele diz, "Claramente não é só por causa de seus ótimos resultados financeiros no ano passado. Para mim não há dúvida de que os investidores respeitam a qualidade destas marcas, a experiência da marca e também o valor inerente da empresa – o que tem sido o vínculo principal com os clientes."
Como exemplo, ele aponta a J&J, classificada em primeiro, em segundo e em primeiro lugar nos três últimos anos, respectivamente. "Eles têm um ótimo desempenho, apesar do estoque."diz ele. Há 25 anos quando o mercado foi afligido pelo caso das fraudes no Tylenol, a J&J deu a volta por cima e transformou este incidente em um caso de sucesso. A forma como a J&J contornou a crise ainda é lembrada pelos clientes. É uma empresa muito bem administrada. Quando tem um bebê, a maioria das pessoas adquire os produtos da marca Johnson&Johnson, Eles (J&J) mantêm uma ampla participação nos clientes."
"Há um respeito notável em relação à forma com que a empresa atende os clientes," continua, "e isto pode se estender à forma como os investidores enxergam isto. É difícil encontrar falhas em uma empresa que você acredita que trabalha bem tanto para seus clientes como para seus investidores."
O que é mais importante?
A pesquisa da Barron descobriu que os "fatores mais importantes" para inspirar o respeito foram "gerenciamento sólido" e "estratégia de negócio sólida", seguidos por "ética", "vantagem competitiva" e "inovação do produto". E é aí que a comparação não funciona, de acordo com Martha Rogers, PhD, co-fundadora da Peppers & Rogers Group.
"A chave está no fato de que as coisas que os investidores e os acionistas procuram devem ser as mesmas que os clientes procuram", diz ela. "Se você perguntar a um cliente quais são os fatores mais importantes quando decidem seus níveis de respeito por uma empresa, 'gerenciamento sólido' e ' estratégia de negócio sólida' não serão as respostas. As respostas estão relacionadas ao modo como são tratados por estas empresas e à qualidade dos seus serviços e produtos."
Investidores não são clientes, "no termo mais exato da palavra", diz Rogers. "Os acionistas estão olhando o valor de uma empresa, que é baseado em parte no faturamento dos clientes. Os acionistas, se forem espertos, estão interessados na percepção do cliente de uma empresa, e se perceberem que esta percepção não é boa, não investem nesta empresa."
"Os clientes esperam ser tratados de forma correta", ela adiciona. "Os acionistas não se preocupam muito com isso; eles querem saber se algo lhes dará um bom retorno – e de forma apropriada. Se houver uma conexão aqui, é quase certo que tenha a ver com a 'cultura' que permeia uma grande empresa. Nossa pesquisa mostra que empresas com uma cultura forte e positiva de funcionários tendem a realizar o melhor trabalho, a longo prazo, quando analisamos o fato de ganhar a confiança de seus clientes, o que conduz naturalmente a melhores retornos dos acionistas. E a J&J é um exemplo perfeito disto."
Santoli, da Barron, concorda, dizendo que o fator humano – além do MBA – tem um efeito, tanto para as empresas melhor classificadas como para aquelas que se mantêm em patamares inferiores.
"Há ressentimentos em jogo", diz ele. "No caso da AIG e do Citigroup [95° e 99°, respectivamente], as equipes de gerenciamento fizeram certas promessas que não trouxeram bons resultados, e as ações tiveram prejuízos."
Ele faz uma comparação com a queda da Time Warner, que chegou perto do final da lista do ano passado (fracassou em se classificar entre as 100 melhores deste ano). "Se passaram quase 10 anos desde a mal-fadada fusão com a AOL", diz ele, "e muitas pessoas não têm nada além de respeito em relação a forma como a Time Warner opera hoje... Mas existe uma idéia de mantê-los pagando penitências por transgressões do passado", diz ele, acrescentando que isto também pode ser verdadeiro para o Citi e a AIG.
E la nave va......
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