20 de outubro de 2008

Besteirol e modismos em colapso ?

O tema é recorrente aqui no blog, e, mais uma vez, volto a ele: MODISMOS.
Começo destacando um trecho de artigo publicado no Valor Econômico do último dia 17/10, de autoria de Lucy Kellaway, colunista do "Financial Times" (na íntegra, aqui, para assinantes):

Enquanto a economia está correndo no ar, uma outra coisa aconteceu e ninguém percebeu. Outro mercado explodiu, colocando um fim em um dos períodos de alta mais longos da história: o dos modismos administrativos. Nas últimas semanas, não recebi nenhum e-mail ou convite idiota para participar de um curso de treinamento baseado em um estudo sobre tribos antigas. Nenhuma teoria estúpida, nenhuma árvore de estratégia, nenhum jargão novo, nenhuma coisa sem sentido. Como eu comecei a monitorar essas coisas há 15 anos, nunca vi tamanha escassez de idiotices.

O período de alta do nonsense administrativo começou há cerca de 26 anos, com a publicação de "In Search of Excellence". O livro desencadeou todo um movimento de gurus e charlatões e resultou em administradores dizendo coisas como "precisamos alavancar a felicidade do cliente."

O mercado da tapeação não se comporta como os outros. Normalmente, quando os preços ficam muito instáveis há uma correção. Mas nesse mercado eu já invoquei uma correção muitas vezes, acreditando que as coisas haviam ficado tão estúpidas, que logo o bom senso iria prevalecer.

Até agora, o mercado dos modismos não vem dando respostas à recessão. As grandes demissões nos EUA nos anos 80 o encorajaram, semeando a linguagem do downsizing e a idéia moralmente neutra da reengenharia.

Então, o quê está acontecendo de diferente desta vez? Não é só o dinheiro -ou a falta dele-, embora isso seja parte. A tapeação administrativa tem um preço. Quando não há dinheiro, não há muito sentido em mandar uma equipe inteira para um curso de dois dias para aprender lições de liderança com, digamos, o Rei Lear.

O outro ingrediente é o medo. Se você estiver lutando pela sobrevivência, vai se concentrar nas coisas essenciais. Você vai querer objetividade; enquanto os modismos administrativos prosperam na confusão. Nas últimas semanas, as reuniões nas empresas têm sido as mais curtas e objetivas em décadas. A soberba não está mais sendo tolerada.

No devido momento o dinheiro voltará, os temores cessarão assim como a necessidade da administração dizer besteiras. É tentador prever que a indústria do besteirol administrativo retornará antes dos bancos de investimento. Mas quando isso acontecer, ela poderá não ser a mesma. Os dias de glória acabaram: as melhores idéias já foram tidas. A maioria delas por Peter Drucker há muito tempo, e deverá haver um limite à freqüência com que elas poderão ser reprocessadas. Não houve modismos interessantes nos últimos anos, na verdade, a indústria dos modismos está se parecendo um pouco com a da música. A Qualidade Total foi equivalente aos Rolling Stones: sólida e com capacidade de perdurar. Os modismos mais recentes, como o Gerenciamento de Lealdade, são equivalentes do HearSay -derivado de alguma coisa, e com um certo mau gosto.
E não é que eu não estou sozinho nesta batalha contra os modismos imbecilizantes ?????!!!!!
Modismos burros, vazios, estúpidos - lamentavelmente, eles proliferam como pragas na administração, no geral, e no marketing, em particular.

Andei tratando do "marketing político" quando, recentemente, uma desesperada e despreparada Marta Suplicy Favre andou apelando para baixarias para tentar reverter os números desfavoráveis de todos os institutos de pesquisa.
Reitero: o que o PT sempre faz é TERRORISMO, e não tem NADA a ver com marketing.
Os detalhes podem ser lidos aqui, aqui, aqui e aqui, por exemplo.

A PTralha MarTAXA, desesperada pela derrota iminente, atribuiu à "equipe de marketing" a exibição de vídeos vergonhosos durante o horário político-eleitoral. Ela não se responsabilizou pelas perguntas levantadas pela sua campanha, da mesma forma que o Lulla jamais se responsabilizou pelo mensalão, ou pelo caixa 2 comprovado em sua campanha presidencial. Nem preciso lembrar do "dossiê dos aloprados", pelo qual o senador Aloizio Mercadante também não se responsabilizou, né ?!
É costume, como vemos, que os candidatos do PT não se responsabilizem por nada.

Porém, que ninguém atribua essa irresponsabilidade ao "marketing" - ou, pior, ao "marketing político".
É apenas e tão somente a baixeza típica do PT.

Não tem relação alguma com marketing
.

Este blog tem discutido, também, outros modismos imbecis, como responsabilidade social, sustentabilidade, marketing viral, marketing pessoal etc.......
E o leitor atento poderá localizar diversos questionamentos aos tais modismos que, parece, os defensores destes modismos não têm condições de esclarecer.

Pois é......
Olha aí o problema dos modismos imbecilizantes...... São inexplicáveis !!!!

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