4 de dezembro de 2007

VALE: nova logomarca é plágio

Uma notícia rapidinha, que li na área de negócios do Portal G1 (na íntegra, aqui): a nova logomarca da Companhia Vale do Rio Doce é um plágio descarado de uma marca de calçados de Franca, a Vitelli.
A semelhança entre as marcas é indiscutível. Veja as imagens abaixo:

Coincidência ?
Plágio ?
Azar ?

Não sei.
Mas uma empresa do porte da Vale do Rio Doce deveria ser mais cuidadosa com sua imagem. Nos últimos dias, a empresa investiu em diversas mídias para anunciar o novo "nome" e a respectiva logomarca. Um ponto de partida interessante é o hot-site criado pela empresa, disponível aqui.
A empresa fez, ainda, um filme (aqui), muito bem cuidado, caprichado no visual - mas esta "semelhança" com uma marca já existente "queima o filme". Literalmente.

Trechos do press-release da Vale (na íntegra aqui), que comento na seqüência:
A Vale apresenta hoje, 29 de novembro, sua nova marca e seu novo posicionamento de comunicação. (...) Respaldada pela aquisição da mineradora canadense Inco, que a alçou ao segundo lugar no ranking mundial das mineradoras no ano passado, a empresa pretende, através da nova identidade visual, consolidar sua imagem de empresa brasileira com atuação global, ressaltando sua posição de destaque no cenário internacional.
Com a divulgação de seu posicionamento e valores - a qualidade de seus produtos, a ética, a responsabilidade socioambiental, o esforço para contribuir com o desenvolvimento dos empregados e comunidades onde atua e o compromisso com o desenvolvimento sustentável, a empresa pretende diferenciar-se no mercado da mineração.
O projeto não contempla a mudança de nome da empresa, mas reforça a palavra "Vale", unificando sua utilização em todos os mercados onde atua. A idéia é que todas as unidades de negócios abandonem as expressões "Companhia Vale do Rio Doce", "Rio Doce" ou a sigla CVRD. A decisão levou em conta a brasilidade, a força, a simplicidade e a sonoridade do nome "Vale", que será usado em oito idiomas.
Na comunicação ao público, será ressaltado o fato de que a Vale produz ingredientes essenciais para a vida diária, fornecendo, com sua produção de minério de ferro, a matéria-prima para diversos produtos como computadores, relógios ou fogões. Com isso, a marca Vale estará mais próxima das pessoas.
O novo posicionamento e a nova marca da Vale foram criados pela empresa norte-americana Lippincott Mercer e sua parceira no Brasil, a Cauduro Martino. A Lippincott é líder em design e estratégia de branding e tem entre seus principais clientes Coca-Cola, General Electric, ABN-AMRO, IBM, Motorola e Rede Globo. A Cauduro Martino tem vasta bagagem em implantação de marcas, com clientes como Banco do Brasil, Unimed, TAM e Natura.


A mim, parece que a nova marca é muito bonita, harmoniosa, e consegue, sim, identificar a empresa com o Brasil, além de trazer um "ar" de modernização ao antigo logo. Neste sentido, pois, as "pretensões" divulgadas no press-release me parecem atingidas.

O problema fica, no final das contas, com o fantasma do plágio.

A matéria no Portal G1 traz a informação de que segundo a diretora [de comunicação da Vale, Olinta Cardoso], as semelhanças não vão acarretar qualquer problema para a empresa, uma vez que o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) apenas proíbe que marcas semelhantes sejam usadas somente no mesmo setor. Olinta afirma que existem inclusive outras empresas com o nome Vale no mundo. "Nem o logo nem o nome são exclusividade nossa. Ninguém vai confundir as duas empresas", diz.

Realmente, confundir uma empresa de calçados com uma mineradora, é difícil.
Mas isso nem de longe apaga a má-impressão: parece que as empresas responsáveis pela nova logomarca não fizeram a lição de casa, foram pegas de calças curtas e agora tentam justificar a cagada dizendo que o INPI não impõe restrições legais.

Ok, pode até não haver restrições legais.
Mas "queima o filme" !!!!!!!!!

3 comentários:

Anônimo disse...

Munhoz,

Entrei no G1, através do link e o texto não afirma que existe plágio. Mostra os dois lados da questão.

Empresas multinacionais como a Vale, a Nestlé, a IBM etc não podem correr esse risco. Então eu não acredito da possibilidade de "um plágio descarado", como você afirma.

Saiu no Globo que a Vitelli enfrenta um processo judicial iniciado por uma empresa de calçados por ter plagiado o nome. Estão brigando faz 5 anos.

Uma empresa de 170 bilhões de dólares e que tem mais de 100 mil empregados no mundo inteiro - segundo a Folha de S. Paulo - não iria copiar uma marca que tivesse sido copiada.

Se navegarem na Internet, vão descobrir vários casos de marcas idênticas (até a Nike tem uma sósia nos EUA: uma empresa de cigarros!).

Arthur L.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Arthur,
Concordo com vc em alguns pontos....
Mas se uma empresa de 170 bilhões de dólares não iria copiar uma marca que tivesse sido copiada, como explicar a semelhança entre os logos ?
Não se trata de uma semelhança "leve".....são idênticos !!!!!!

Existe alguma explicação para as marcas IDÊNTICAS ?
A Vale, até agora, resumiu-se a citar as normas do INPI, sobre setores diferentes...... Ok, mas ninguém pode negar que as marcas são idênticas !!!!!