2 de março de 2009

Celulares: novidades e velharias

A notícia é do portal G1:

O total de celulares em operação no Brasil chegou a 151,9 milhões em janeiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (18) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). As vendas no mês passado foram de 1,3 milhão de novos acessos, um crescimento de 0,87% em relação a dezembro de 2008. O número total de novas habilitações, no entanto, foi menor que janeiro do ano passado, quando entraram no mercado 1,87 milhão de celulares.

Do total de telefones móveis em operação no país, a ampla maioria, 81,59%, está na modalidade pré-paga, enquanto o restante, 18,41%, é de celulares pós-pagos (clientes que recebem uma conta mensal de telefone). Segundo a Anatel, em janeiro havia 79,8 celulares para cada grupo de 100 habitantes. O Distrito Federal continua na primeira posição do ranking, com mais de um telefone móvel por habitante.

A Vivo segue na liderança do mercado brasileiro com 29,81% de participação. Em segundo lugar vem a Claro (25,73% de participação), seguida da TIM, com 24,06%, e da Oi, com 20,03% (incluindo 3,84% da Brasil Telecom, comprada no ano passado).

A tecnologia de terceira geração (3G) da telefonia celular, lançada no Brasil em 2008, alcançou, em janeiro, 1,98 milhão de clientes. A tecnologia GSM domina o mercado, com 135,5 milhões de clientes, seguida da CDMA, com 12,3 milhões de usuários.
Quero destacar alguns pontos.
O número de usuários de telefonia celular, no Brasil, continua crescendo, ano após ano.
Surpreendente é ouvirmos pessoas criticando a privatização do FHC. Ou não têm celular (nem fixo), ou criticam só porque não têm mais o que fazer da vida.
Mas o mais importante, aqui, é tratar do aspecto de mercado.

E, sob tal ótica, selecionei duas outras notícias que complementam a questão.

A primeira, abaixo, é do Valor Econômico (na íntegra AQUI):
A TIM fechou na sexta-feira à noite a compra da Intelig, poucas horas depois de ter anunciado ao mercado um plano de "relançamento" da companhia. As medidas são a aposta da operadora para deixar para trás a maré ruim em que mergulhou no ano passado, quando perdeu a segunda colocação do mercado para a Claro e enfrentou a queda em alguns indicadores financeiros.

A aquisição da Intelig, que pertencia à Docas Investimentos, dá um novo perfil à TIM. Com o negócio, fechado por um valor não revelado, a operadora amplia sua capacidade de transmissão de dados para atuar como provedora de acesso à internet e ganha capilaridade nas áreas metropolitanas, onde o tráfego é crescente.

A compra se encaixa na proposta de "relançamento" desenhada pela nova diretoria da TIM. A oferta de novos pacotes de serviços, combinando telefonia fixa, móvel e internet, é um dos pilares dessas medidas, que abrangem também o reposicionamento da marca e maior eficiência no uso da rede.

Nessa empreitada, a TIM definiu as classes A e B como seu alvo prioritário. A medida marca um retorno da operadora à estratégia de concentrar sua artilharia para atrair e reter os assinantes mais rentáveis - modelo que foi a base de seu sucesso alguns anos atrás.

Em outra frente, a TIM está promovendo uma limpeza em sua carteira de clientes. Segundo Luciani, entre 80% e 90% dos cortes são de pré-pagos. O números de desconexões não foi revelado. "É um fato contingente e marginal, que não vai gerar impacto econômico", disse.

A arma com a qual a companhia pretende atrair mais clientes dos segmentos mais ricos da população brasileira é a oferta de pacotes "três em um", que combinam telefonia fixa, celular e banda larga. Os chamados "combos" são um modelo já explorado pelas empresas de telefonia fixa e de TV por assinatura para garantir a fidelidade dos clientes. Os novos pacotes devem chegar ao mercado no segundo trimestre.

Enquanto isso não acontece, a TIM começa a explorar um mercado ainda inédito no Brasil: o de banda larga pré-paga. A partir de hoje, a operadora vai vender cartões de R$ 5 que permitem o acesso à internet por 24h, com direito de usar 250 megabytes em downloads. O modem para conexão à web custará R$ 299. O foco não são clientes de baixa renda, mas "usuários ocasionais", afirmou Luciani. Ao mesmo tempo, a operadora redefiniu seus planos de banda larga pós-paga.

No ano passado, a TIM enfrentou dificuldades para cumprir suas metas financeiras e foi alvo de especulações de que seria vendida pela Telecom Italia para a Telefónica. A matriz desmentiu os rumores e colocou o Brasil como um de seus pilares de crescimento, mas não conseguiu dissipar as dúvidas dos investidores quanto ao futuro da companhia.
A segunda, foi publicada na Folha de 02/03 (na íntegra AQUI):
Os serviços de telefonia e internet no Brasil estão entre os mais caros no mundo, segundo um estudo que a ONU divulga hoje. No ranking de 150 países da UIT (União Internacional de Telecomunicações), o Brasil aparece entre os 40 em que o uso de telefones fixos e celulares consome a maior fatia da renda per capita.

O acesso à telefonia foi um dos critérios usados pela organização para elaborar o Índice de Desenvolvimento em Tecnologia de Informação e Comunicação, que avalia os avanços no setor entre 2002 e 2007. O Brasil caiu seis posições em relação ao índice anterior e agora ocupa o 60º lugar.

Tomando como referência o preço de um pacote básico, a UIT chegou à conclusão de que o uso do celular no Brasil é um dos mais caros, consumindo o equivalente a 7,5% da renda média per capita do país. Numa escala crescente de custo, o país ocupa a 114ª posição. A telefonia fixa morde uma fatia menor da renda do brasileiro (5,9%), mas também coloca o país entre os últimos, no 113º lugar.

Entre os mais baratos, empatam Hong Kong (China), Dinamarca e Cingapura, onde o uso do celular é responsável por só 0,1% da renda média. O contraste para o Brasil também é notável em relação a vizinhos como Argentina, onde a conta do celular é bem menor (2,5% da renda per capita).

No índice geral de desenvolvimento, a UIT justifica a queda de seis posições do Brasil observando que houve pouco avanço nos três critérios utilizados: acesso, uso e capacidade.
Mercadologicamente, o problema NÃO foi a privatização - muito pelo contrário: a privatizaçõ abriu caminho para que o acesso aos serviços de telefonia, especialmente celular, fosse facilitado.
O problema começa a surgir DEPOIS da privatização.

As agências reguladoras (ANATEL, no caso específico da telefonia) foram paulatinamente transformadas em cabides de empregos dos sindicalistas e amigos da corja de boçais do PT, e deixaram de lado uma função CRUCIAL: monitorar o mercado, e trabalhar para aumentar a competição no setor - o que, teoricamente, levaria a uma queda nos custos.

Porém, o que vimos foi exatamente o oposto: a ANATEL virou capacho dos interesses do PT - o que ficou mais do que nítido no caso da fusão da Telemar/Oi com a Brasil Telecom.
Chegamos ao ponto de mudar a lei (Plano Geral de Outorga) para que as empresas pudessem levar seus planos adiante.

Imagine se a ANATEL poderia se opor às vontades da empresa que financia o filho do Presidente da República ?!
NUNCA.

Afinal, a existe única e exclusivamente para atender às vontades do Presidente, não é ?!

O resultado, no frigir dos ovos, é a falta de concorrência no mercado - o que impede a queda mais forte dos preços, ou mesmo uma melhoria SIGNIFICATIVA na qualidade dos serviços - a Telefônica que o diga !

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